Um encontro de experiências. Esse deve ser o norte da Audiência Pública em Francisco Beltrão, na qual haverá mobilização de empresários e representantes da Justiça. O tema em debate é a ressocialização de detentos em regime aberto da Penitenciária Estadual local, bem como a inserção no mercado de trabalho. A audiência será realizada no dia 20 de agosto (quarta-feira), às 8 horas, na Câmara de Vereadores.
Para alinhar alguns detalhes e trocar informações sobre a audiência, aconteceu na última sexta-feira, 8, reunião de empresários e representantes da Fiep, Ampebel, Sindimetal Sudoeste, Poder Judiciário, Sindimadmov, Sindirepa, Ministério Público e Penitenciária beltronense na Associação Empresarial (Acefb). Maria Fernanda Salvadori Belentani, promotora de Justiça, diz que este será o momento de desmistificar dúvidas quanto à contratação de presos em regime aberto. “Precisamos empregá-los. Há casos em que esses detentos tentam uma, duas, três vezes um trabalho e não conseguem trabalhar. O empresário a ficha de antecedentes criminais e não o contratam. Infelizmente alguns deles voltam à criminalidade.” “Se esse preso se dispôs a procurar um emprego é porque realmente ele quer voltar a ter uma vida normal”, afirma a Dra. Fernanda.
Para diminuir suas penas, os detentos estudam e trabalham dentro da penitenciária beltronense. “Através de alfabetização e leitura, é possível que o detento consiga reduzir o tempo em prisão.”
Números
Segundo a Dra. Maria Fernanda, no Brasil, pessoas condenadas a 30 anos de prisão ficam reclusas, em média, de 3 a 4 anos. Carina Daggios, juíza de Direito da Vara de Família em Beltrão falou sobre a importância de a sociedade empresarial se engajar nessa causa. “É um problema nosso, ele está aqui, temos que lembrar que somos agentes transformadores. Estamos trabalhando com pessoas e não com os crimes.”
Nos últimos três anos, o índice de retorno de ex-presos da Penitenciária Estadual de Beltrão à criminalidade é de 14,4%. “São presos que passaram pela penitenciária e descumpriram algumas condições após serem libertados. Vale ressaltar que, em média, são libertados mensalmente de 20 a 25 presos da penitenciária”, informou Francisco Marcelo Correa, coordenador regional do Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos.
Marcos Guerra, presidente da Acefb convida a classe empresarial para prestigiar a Audiência Pública. “Temos que reproduzir essa ideia. Vamos criar um momento bom e levar o máximo de empresários a esse encontro. A Acefb se coloca à disposição.
Fonte: ACEFB
