O Copom reduziu a Selic, de 8,5% para 8% ao ano, porque entendeu que no momento "permanecem limitados os riscos para a trajetória de inflação"
A taxa básica de juros (Selic), que já era a mais baixa da história em 8,5%, caiu mais um pouco, e a partir de ontem (12) será 8% ao ano, valendo pelos próximos 45 dias. A oitava diminuição seguida da taxa, que serve de parâmetro para os juros da economia, foi anunciada na noite da última quarta-feira (10) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ao fim da quinta reunião do colegiado de diretores do Banco Central (BC) no ano.
O Copom reduziu a Selic, de 8,5% para 8% ao ano, porque entendeu que no momento "permanecem limitados os riscos para a trajetória de inflação". Além disso, o colegiado de diretores do BC considera que a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária, em razão da fragilidade da economia global.
O diagnóstico faz parte da nota que o comitê divulgou logo após o término da reunião, e acrescenta que em virtude da ausência de pressões inflacionária decidiu, por unanimidade, prosseguir o processo de ajuste das condições monetárias. Com isso, deixa em aberto a possibilidade de novas reduções nas reuniões futuras.
A taxa de 8% é a mais baixa da história do Copom, criado em 1996, vale para os próximos 45 dias, uma vez que a decisão foi "sem viés". Significa dizer que a taxa básica de juros não poderá mudar até a próxima reunião do comitê, agendada para os dias 28 e 29 de agosto.
A decisão era esperada pela maioria dos analistas financeiros que todas as semanas são consultados pela pesquisa boletim Focus do BC. Alguns torciam, inclusive, por uma redução mais ousada, para 7,75%, por entenderem que o cenário atual, de inflação em queda e atividade econômica fraca, cria condições favoráveis para o BC afrouxar, tanto quanto possível, a política monetária.
A taxa Selic caiu 4,5 pontos percentuais nas oito reuniões que o Copom realizou do final de agosto de 2011 até hoje, o que resulta em uma queda de 36%. Essa redução, porém, não foi acompanhada na mesma proporção pelo sistema financeiro nacional (SFN), em que pese a determinação governamental, no último mês de abril, para que os bancos oficiais baixassem seus juros como forma de estimular os bancos privadas a fazerem o mesmo.
Pesquisa da Fundação Procon de São Paulo mostra que, com base nos dados dos sete maiores bancos do país, mesmo considerando as reduções feitas pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil, os juros nos bancos caíram muito pouco nos últimos 12 meses: 6,30% na taxa média mensal do empréstimo pessoal, que estava em 5,50% no mês passado, e 12,55% na taxa média do cheque especial, que era 8,36%. Esta é mais alta, em um mês, do que a Selic anual.
Fonte: Cacispar