Economia
quarta, 05 de agosto de 2015
Por causa da crise econômica, municípios cancelam feiras na região
As dificuldades financeiras que afetam a economia brasileira desde o começo do ano já repercutiram em quase todos os setores da economia, com a queda de lucros, demissões de trabalhadores e cortes de gastos de todo o tipo. Nos últimos meses, a falta de verbas nos municípios do Sudoeste do Paraná - agravada pelos baixos valores dos repasses do Fundo de Participação Municipal (FPM) - começou a afetar mais uma área: as festas e feiras previstas para 2015 em várias cidades da região.
Segunda-feira, 3, o prefeito interino de Chopinzinho, Rogério Masetto (PDT), anunciou em entrevista à Rádio Difusora América que a Expochopim tem grande probabilidade de ser cancelada. Neste ano, a festa seria especial, com a comemoração dos 60 anos de emancipação política do município, mas a recessão financeira e os gastos em outras áreas da administração municipal têm tudo para inviabilizar o evento.
Por enquanto, isso não passa de uma previsão da administração, que prometeu apresentar uma decisão oficial em até 30 dias. No entanto, outros municípios da região já tomaram decisões semelhantes.
Santo Antônio do Sudoeste é um exemplo. O município organiza a cada dois anos a Festa Internacional do Frango, que chegaria em 2015 a sua 10ª edição. Contudo, de acordo com a diretora do Departamento Municipal de Cultura, Vânia Brestovici Badke, "este ano a festa não sai".
Vânia conta que a Prefeitura de Santo Antônio e a associação comercial realizaram uma pesquisa no comércio, para avaliar se valeria a pena organizar a feira. "Resolvemos não fazer para conter despesas e evitar gastos, que são muito altos", informou.
Planalto segue a mesma linha. Segundo o chefe de gabinete Luiz Carlos Boni, a Expofeira Planalto foi cancelada porque "a arrecadação do município caiu muito. A gente mal está conseguindo se manter. Não tem como fazer festa se não tem dinheiro".
A Expo Pérola também vai sofrer este baque. A secretária municipal de Cultura, Marilda Fornari, conta que a exposição não vai acontecer por causa da situação financeira - e que a decisão foi tomada em conjunto com a associação empresarial. "Vendo com eles, achamos inviável pelo que está se vendendo hoje. Não queremos gerar despesas que não vão ter retorno suficiente", ressalta.
Assim, existe a previsão de volta da feira nos próximos anos, "dependendo da economia e de quem assumir a Prefeitura".
Feiras dão prejuízos para as prefeituras
O presidente da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Sudoeste do Paraná (Cacispar), Lindonês Colferai, afirma que a entidade percebe que o momento não está propício para festas. "O comércio depende das prefeituras para realizar feiras e elas só estão tendo prejuízo", afirma.
Segundo ele, o maior problema são os shows. "Essas festas estão se tornando um grande comércio para o pessoal que trabalha com show. Os artistas são muito caros e esse pessoal pega o que teria de lucro e leva embora."
Colferai comenta que uma maneira de manter as feiras seria conseguir outra forma de atrair as pessoas, sem grandes shows. "Precisa ver se vale a pena a prefeitura investir nisso se não tem viabilidade", observa.
No entanto, ele prevê que em 2016 não vão faltar feiras. "Agora as prefeituras estão segurando com a desculpa da crise, mas vão deixar o dinheiro para fazer festas no ano que vem, que é ano eleitoral."
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