Economia
terça, 11 de agosto de 2015
Agência cita crise política e fraqueza da economia e corta nota do Brasil
A agência de avaliação de risco Moody's cortou, nesta terça-feira (11), a nota da dívida do Brasil de "BAA2" para "BAA3", com perspectiva estável. A agência citou como justificativas a fraqueza da economia e a falta de consenso político, que dificulta a tarefa do governo de tentar equilibrar a dívida pública.
Esse é o último degrau do chamado "grau de investimento", ou seja, o país ainda é considerado um bom pagador, um lugar recomendável para os investidores aplicarem seu dinheiro.
O país ainda mantém o "grau de investimento" de acordo com as três principais agências de classificação de risco do mundo: Fitch, Moody's e Standard & Poor's. Porém, a Fitch já indicou que deve rever essa nota. A agência brasileira Austin Rating tirou o grau de investimento do país.
Segundo a Moody's, a dívida brasileira deve continuar piorando neste ano e no próximo. A tentativa do governo de melhorar a situação das contas públicas é limitada devido à falta de consenso político, afirma a agência.
O peso da dívida em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) deve chegar a 67% em 2016 e perto de 70% em 2018, projeta a agência, segundo a qual essa relação só deve se estabilizar no final do mandato do atual governo. Para que isso aconteça, é preciso que o país cresça ao menos 2% e que o governo consiga poupar pelo menos 2% do PIB, no chamado superavit primário.
A agência afirmou, ainda, que o país não tem força para lidar com choques financeiros no exterior usando suas reservas internacionais.
Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.
Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.
O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.
Cada agência de risco tem uma escala própria de avaliação. A nota "BBB-", pela S&P, indica que o país ainda está no chamado "grau de investimento", que recebeu da S&P em 2008.
O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.
Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida
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