Queda

quinta, 18 de dezembro de 2014

Cai nível de otimismo do industrial paranaense

Mesmo diferente em tamanho, as pequenas, médias e grandes indústrias paranaenses têm as mesmas dificuldades e estratégias semelhantes para vencer a concorrência nacional e internacional. Foi o que apontou a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Trata-se da 19ª edição da pesquisa referente à grande indústria e a segunda edição com a participação dos pequenos e médios.

Da pequena à grande indústria, o estudo mostrou uma baixa expectativa de seus gestores para 2015. O nível de otimismo do industrial paranaense pesquisado pela Fiep é de 57,42%, enquanto o otimismo do micro e pequeno industrial ficou em 55,97%. É o menor nível registrado em toda a série histórica da sondagem. Os principais motivos para o pessimismo são o aumento da dívida interna do País, que superou os R$ 2,2 trilhões em outubro, o crescente endividamento externo, que superou os R$ 530 bilhões, a expansão do deficit de transações correntes, que chegou nos primeiros nove meses do ano a US$ 85 bilhões.

Além disso, a federação aponta como agravante a taxa de investimentos, que atingiu apenas 17,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e 14% da taxa de poupança no terceiro trimestre deste ano. Sem esquecer do baixo crescimento, com o PIB devendo fechar em 0,2%, e nas vendas industriais paranaenses, que registraram queda de 6,41% até outubro.

Na coletiva de imprensa, ontem, na Fiep, para apresentação dos resultados do estudo, a direção da federação criticou o pacote de “austeridade” proposto pelo governador Beto Richa (PSDB) e aprovado semana passada pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Entre as medidas, o governo vai taxar em 12% uma série de produtos, como alimentos e artigos de vestuário, hoje isentos de ICMS, aumentar para 18% ou 25% a alíquota sobre outros artigos, como materiais escolares e medicamentos, e reajustar de 2,5% para 3,5% a alíquota do IPVA dos automóveis, representando um acréscimo de 40%.

O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Murilo Schmitt, observou que enquanto a entidade fazia a pesquisa, em novembro, o governo anunciava o aumento da carga tributária. Pelas contas dos economistas da federação, o “tarifaço” vai resultar em diminuição de R$ 1,6 bilhão do poder de compra dos paranaenses. “É uma cifra significativa para quem vai enfrentar um ano difícil”, apontou Schmitt. Se o consumo das famílias vai diminuir em 2015, justifica-se aí também a baixa expectativa mostrada pela pesquisa.
Fonte: Folha de Londrina

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