Regional

quarta, 10 de agosto de 2011

Estudo irá identificar prioridades para as Rodovias do Sudoeste

Há cerca de dois anos, a morte de uma jovem que se acidentou ao desviar de um buraco na estrada reuniu moradores de Dois Vizinhos para pedir providências com relação ao estado das rodovias. Na ocasião, representantes de entidades decidiram fazer uma nova forma de protesto, mais inteligente e definitiva que apenas trancar estradas e fazer barulho. A partir de então começou a ser desenvolvido um levantamento técnico sobre a situação das rodovias sudoestinas, visando identificar as soluções e prioridades. Denominado de Pró Modernização das Rodovias, o projeto foi apresentado na manhã desta terça-feira na Associação Empresarial de Francisco Beltrão (Acefb), durante a reunião semanal da entidade.

Após a decisão da realização do estudo, instituições da região uniram-se para colocá-lo em prática, conseguindo, após debates, a consultoria de um profissional na área de infra-estrutura e logística. O estudo de toda a malha viária do Sudoeste seria realizado ao preço de aproximadamente R$600 mil, mas, em virtude do alto valor, o movimento optou por apurar a situação de 885 km de rodovias que compõem o anel central – Francisco Beltrão-Dois Vizinhos-Pato Branco – ao custo de R$270 mil. Inicialmente tentou-se levantar este recurso junto ao governo federal e estadual, mas boa parte foi angariada a partir de doações de empresários e repasses de prefeituras contempladas pelo estudo. Mesmo assim ainda faltam cerca de R$100 mil para totalizar o valor.

Na reunião que apresentou o Pró Rodovias aos empresários, o diretor executivo da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop), Celito Bevilaqua, explicou que 70% dos trechos já foram estudados e que até o final do ano todo o estudo deve estar concluído. “Depois de termos o projeto em mãos nós poderemos sensibilizar os deputados a contemplar obras no Pac (Programa de Aceleração do Crescimento) para nossas rodovias e o governo do Estado para pôr no PPA (Plano Plurianual) as melhorias que o projeto elencar”, disse Celito durante a reunião, ressaltando que as reformas nas rodovias não acontecerão imediatamente, pois são ações de médio e longo prazo.

A presidente da Acefb, Solange Franzoni, destacou que o projeto de levantamento da situação e das prioridades das estradas é importante para conseguir a liberação de recursos junto ao poder público. “Geralmente escutamos dizer que dinheiro tem, o que falta é projeto. Pois agora teremos um projeto e só faltará disposição política para a liberação das verbas e concretização das melhorias”, salientou ela.

“Corredor da morte”
Tem trecho que anda tão ruim que já ganhou até apelido; ao menos para o prefeito de Realeza, Eduardo Gaievski, um dos mais atuantes personagens na luta por melhores estradas e mais indignados com a situação em que muitas encontram-se. Em declaração por telefone, o prefeito sintetiza em poucas palavras o estado da BR-163, entre Realeza e Cascavel. “Tá um lixo essa rodovia, cheia de buracos, defeitos na pista, falta de sinalização; é o legítimo corredor da morte, como já ficou conhecido”, disse ele, preocupado com a situação do trecho.

Até um protesto chegou a ser feito no início do ano na 163, que manteve a rodovia trancada por um dia. A mobilização deu resultado, com a liberação de recursos do governo federal para obras de manutenção, mas que foram cancelados no último mês pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (Dnit) em virtude dos escândalos de corrupção na pasta. Segundo o prefeito de Realeza, as estradas estão “fora da realidade” da região, pois foram construídas há mais de 30 anos e hoje suportam pesadas cargas e intenso tráfego de veículos. Ele se orgulha por todas as estradas sudoestinas serem estatais, servindo inclusive de desvio de pedágios, mas pondera sobre a necessidade de mobilização para cobrar benfeitorias. “Através desse projeto ninguém pretende fazer milagres, mas apenas melhorar os pontos críticos”, completa Gaievski, que também compõe o Pró-Rodovias.

Na região, outros trechos são lembrados como perigosos, seja pela reivindicação dos governantes ou por constantemente estamparem notícias de acidentes graves e mortes. Um dos mais preocupantes é a Bica d’ Água, em Francisco Beltrão, percurso de cerca de seis quilômetros onde a Polícia Rodoviária Estadual já registrou 22 acidentes, 17 feridos e sete óbitos neste ano.

Participação popular
Uma enquete também é realizada para apoiar o Movimento Pró-Rodovias. São 13 sugestões que envolvem a melhoria da infra-estrutura, ações de educação e aumento da qualidade das obras. Qualquer pessoa pode acessar o endereço eletrônico www.agenciasudoeste.org.br e votar em cinco prioridades para as rodovias.

Compõem o Movimento Pró Modernização das Rodovias a Agência de Desenvolvimento Regional, Amsop, Acamsops 13 e 14, Cacispar, Fetranspar, Sindivale, Cooptrans, Fórum de Desenvolvimento de Pato Branco, Sindicomércio, Ocepar e Fiep, juntamente com outras instituições parceiras no projeto e na luta por melhores rodovias.
Fonte: Jornal de Beltrão

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